Fim do Brasileirão não apaga reação do Inter, mas liga alerta para 2025

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O Inter merece todos os elogios pela recuperação no Brasileirão. Roger Machado, em especial. O técnico pegou um time em crise, desacreditado, e moldou uma formação que permitiu ao torcedor sonhar com o título. O fim da competição, porém, indica que é preciso subir de produção para encarar os principais adversários, com esperança de que 2025 marque o ano da reconquista das taças.

Sob a batuta de Roger, o Colorado escalou a tabela do Brasileirão e alcançou a marca de 16 partidas de invencibilidade, com 12 vitórias no período. Os gaúchos tiveram a chance de acreditar em uma improvável combinação de resultados que traria a taça de volta ao Beira-Rio após 45 anos.

Vieram os confrontos diretos contra Flamengo, Botafogo e Fortaleza. O que poderia marcar uma arrancada histórica acabou com três derrotas consecutivas, sete gols sofridos e o quinto lugar na classificação geral, com 65 pontos.

Houve, como Roger disse, um relaxamento após o fim da chance matemática. Entretanto, no Maracanã, o time sucumbiu e levou 3 a 0 no primeiro tempo, com três gols sofridos em 12 minutos. Levou 1 a 0 do Botafogo na despedida do Beira-Rio, quando não conseguiu furar o bloqueio carioca, e, contra um Fortaleza em situação semelhante ao Inter, empilhou falhas defensivas.

O fim do Brasileirão, com todos os atenuantes, aponta que ainda há um caminho a percorrer para se equiparar aos melhores times do Brasil. Além dos talentosos grupos de Botafogo e Flamengo, há o conjunto de Juan Pablo Vojvoda, sem falar no Palmeiras de Abel Ferreira.

Há outra questão preocupante. A situação financeira não permitirá movimentos agressivos no mercado como os realizados em 2024. O Inter precisa ainda conseguir R$ 65 milhões em negociações para fechar a temporada. Wesley e Vitão são os jogadores com mais chances de deixar o Beira-Rio. As saídas terão reposições, mas a direção já deixou claro que com nomes sem a mesma pompa.

O clube também precisa encontrar um substituto para Alan Patrick. O capitão ficou fora das últimas duas partidas em razão de uma lesão na coxa. Gabriel Carvalho, que deu sua parcela de contribuição no início da retomada, caiu de produção, virou reserva e terminou o ano sem recuperar os bons desempenhos. Bruno Tabata tem uma característica distinta, de um jogador que busca o drible e cai pelos lados.

A defesa também precisa de atenção especial. O Inter, se contar Victor Gabriel, que foi relacionado para o último jogo do ano, terminou com três zagueiros à disposição: Vitão, Clayton Sampaio e o próprio garoto. Destes, apenas Clayton tem a permanência assegurada. Victor Gabriel está emprestado pelo Sport até janeiro.

Rogel realizou uma cirurgia na mão esquerda, mas voltará com o grupo em janeiro. O uruguaio, mesmo que tenha se firmado como titular, oscilou nas atuações. Mercado, que passou por uma operação no joelho esquerdo, só retorna no segundo semestre.

Ou seja, caso Vitão seja vendido, Roger iniciará o ano sem um zagueiro consolidado, já que Mercado ainda demorará um longo período para voltar a atuar. Willyam Rocha, do CSKA, entrou no radar, mas não há proposta até o momento.

O Inter precisará ser cirúrgico durante as férias para acertar os nomes que qualifiquem o grupo de Roger. O time tem a necessidade de acabar com a seca de títulos e iniciar a temporada com a conquista do Gauchão. Não só para encerrar a série do Grêmio, mas para dar tranquilidade. Os fracassos nos estaduais recentes trouxeram turbulência ao Beira-Rio que prejudicaram o ano.

Fonte; ge