Polícia desmobiliza ocupação em fazenda no Centro-Oeste do Paraná; invasores deixaram o local de forma pacífica

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Na madrugada deste sábado (7), entre 250 e 300 pessoas invadiram uma propriedade rural localizada entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Espigão Alto do Iguaçu, no centro Oeste do Paraná. A ação surpreendeu uma família que vive na sede da Fazenda São Jorge. Segundo a Polícia Militar, os moradores foram coagidos com o uso de arma de fogo e um trabalhador rural foi agredido com coronhadas.
A Polícia Militar do Paraná mobilizou 115 agentes e contou com o apoio de batalhões de seis cidades — Assis Chateaubriand, Cascavel, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Pato Branco e Toledo — além da atuação estratégica da Delegacia de Polícia Civil de Quedas do Iguaçu e da 15ª Subdivisão de Cascavel.
A operação de desocupação foi coordenada pelo tenente-coronel Cícero Tenório e ocorreu sem confrontos. “Os ocupantes entenderam as orientações propostas e deixaram o local voluntariamente”, afirmou o oficial. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP) informou, em nota, que a ocupação teve início por volta das 5h e foi encerrada de forma pacífica antes do meio-dia.
Um dos moradores da fazenda foi agredido com coronhadas.
A liderança da invasão já vinha sendo monitorada pela Polícia Civil. Segundo as investigações, o responsável — que já havia sido preso em flagrante em 2024 pelos crimes de esbulho possessório e associação criminosa — atua arregimentando adolescentes, famílias com crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade para integrar invasões armadas e articuladas.
Ele será indiciado por associação criminosa armada, corrupção de menores, invasão de domicílio e esbulho possessório. Diante da gravidade e da reiteração dos delitos, a Polícia Civil já representou pela prisão preventiva do investigado.
Os invasores se identificaram como integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), movimento que se apresenta como defensor da reforma agrária e urbana. A reportagem entrou em contato com a assessoria da FNL, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Em nota, o coordenador regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jonas Fures, negou qualquer ligação da organização com a ocupação. “O foco do MST nesse período é regularizar as áreas já ocupadas, visto que todos os pré-assentamentos na região já têm processo de regularização tramitando no Incra”, afirmou.
As forças de segurança permanecem mobilizadas na região para prevenir novas tentativas de invasão e garantir a tranquilidade dos moradores locais.
Redação San FM com informações da Polícia Civil e Catve e fotos da Catve